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Egos inflados por


 

Flávio Bastos - flaviolgb@terra.com.br

Houve uma época da humanidade em que os “heróis” eram forjados a ferro e fogo das sangrentas batalhas campais. Os grandes conquistadores como o macedônio Alexandre, o Grande, o francês Napoleão Bonaparte e, mais recentemente, o alemão Adolf Hitler, foram líderes imperialistas cujos egos inflados refletiam o egocentrismo, a arrogância, o orgulho, a vaidade e a ambição como características do personalismo - fator decisivo na estratégia de suas conquistas militares.

 A partir do final do século XX e início do século XXI, o perfil de líder personalista, aos poucos, começa a desaparecer do cenário mundial. No entanto, espíritos de egos inflados que reencarnam na Terra, tornam-se mais sutis em suas ambiciosas estratégias de ação, encontrando ambiente propício e favorável às suas intenções, no âmbito de atuação política.

 Por este motivo, principalmente, ocorre em pleno início do Terceiro Milênio, o descrédito popular em relação à classe política. Nos encontramos numa importante fase de transição em que algumas características da cultura guerreira do passado, deixa de fazer sentido nos dias atuais, porque não precisamos mais de líderes de “egos inflados”, mas de pessoas comuns que conscientemente façam a sua parte nessa fase de mudanças em que passa o planeta e a humanidade.

 Em vez de líderes “audaciosos e arrogantes”, precisamos de seres humanos sensíveis, lúcidos e conectados à sintonia das transformações em curso. Em vez de lideranças voltadas para si mesmas ou que persigam “ideais” que satisfaçam ao seus interesses, necessitamos de pessoas que contemplem o bem comum, o bem do planeta e o bem das próximas gerações de terráqueos.

 A Era da Sensibilidade está em curso, e quem não “abrir mão” de seu personalismo ainda sintonizado à sentimentos negativos de um passado recente ou remoto, ficará parado e à parte da ciranda da vida e dos acontecimentos que virão...

 Somente o autoconhecimento de nível avançado – aquele que contempla a alma ou o verdadeiro eu, é que poderá trazer lucidez aquele que, desatualizado, persistir no erro de querer impor o seu ego acima do bem e do mal.

 Portanto, saem de cena pseudo-lideranças a serviço de si mesmos e entram no palco da Nova Era, indivíduos compromissados com a verdade das mudanças anunciadas. Mudanças que formarão uma nova consciência interligada e conectada com o cosmos.

 A partir dessa cultura firmada com o assumir de uma nova mentalidade, a autoresponsabilidade e a responsabilidade com o bem comum, com a saúde do planeta e com o futuro das novas gerações, gerará valores que tornarão o indivíduo alienado da interconectividade universal, um ser recluso em si mesmo e perdido num tempo pretérito de gloriosas conquistas.

 Por isso, a necessidade atual da reciclagem de sentimentos através do autoconhecimento de nível avançado, ou seja, aquele conhecimento que transcende ao ego como “princípio de realidade”, e elege o verdadeiro eu como legítima e intransferível identidade do ser humano. Conscientização alcançada através das religiões reencarnacionistas de fé raciocinada ou pelas psicoterapias que vão além do ego em suas investigações do inconsciente humano... passando pela memória extracerebral do indivíduo.

 Líder de ego inflado é um indivíduo parado no tempo e aquém das exigências do presente e que necessita autoconhecer-se além de suas sensações ou percepções de nível físico que permanecem turvando a sua visão, travando a sua expansão consciencial e limitando o seu potencial de atuação num mundo de significativas e profundas transformações.

 Egos inflados são sintomas de uma infância não resolvida, mas de uma “infância” da longa existência do espírito milenar que renova-se a cada reencarnação do ser inserido no mundo que o rodeia. Portanto, libertar-se do ego arcaico através do autoconhecimento de nível avançado, é o desafio do indivíduo ainda preso no individualismo narcísico e egóico de uma cultura cada vez mais perdida no tempo e ultrapassada por novos valores de uma cultura revolucionária.